Pesquisar neste blogue

domingo, 27 de dezembro de 2009

Gravidez com 11 semanas de gestação


Desenvolvimento fetal em 11 semanas de gravidez: feto no terceiro mês. Talvez não tenha notado ... mas o seu bebé está em crecimento exponencial! O seu feto estará a ganhar uma quantidade substancial de peso esta semana, e já conseguiu atingir o tamanho de frutos equivalentes a uma ameixa. Além do mais, o cientista que tem dentro de si já está a começar a explorar o seu corpo, concentrando-se em tocar na cabeça, e especialmente na face e na boca. A sua boca, em especial, proporcionar-lhe-à horas de entretenimento. Isso acontece não só porque o seu bebé está a ganhar coordenação, e por isso é capaz de mover a mão no comando, mas também porque as palmas das mãos ganharam a sensação de poder realmente "sentir". E, finalmente, o seu bebé irá desenvolver outros sentidos como o olfato, e vai começar a desenvolver esta semana, que, quando combinados com o paladar, dará seu bebé as suas primeiras experiências de sabor e cheiro.

E como é que a mãe está a superar este primeiro trimestre? Se ainda está resistindo aos desconfortos, principalmente aos enjoos e náuseas matinais, prepare-se que estaam quase a acabar assim como o trimestre. A placenta em crescimento combinado com um pouco do seu desenvolvimento da glândula pituitária deram-lhe uma pausa na produção hormonal.

Neste ponto, você deve fazer um esforço consciente para aumentar gradualmente o seu consumo de alimentos saudáveis e ricos em vitamina A, mas lembre-se: Isto não significa que é agora um buffet aberto. Pense nisso, se não é bom para si, então ele não fará nada bem ao seu bebé em desenvolvimento. Se acha que ainda está com fome depois do jantar, e que só se satisfaz com uma grande porção de gelado de sobremesa, tenha uma segunda porção de legumes e peixe, ou pão integral com geleia. Uma boa nutrição é absolutamente vital para o cérebro do seu bebé e desenvolvimento corporal.
Além disso, não se esqueça de dispensar tempo para as interações entre o casal e o seu bebé: ouvir música relaxante e inspiradora, ler bons livros, pensamentos felizes, todas as coisas mentalmente estimulantes que a predispõem ao bom humor e faz da sua gravidez uma experiência positiva. Por outras palavras,estar constantemente a par das notícias internacionais não é recomendado. O melhor é tratar do seu corpo e das emoções para que estejam mais saudáveis e felizes que nunca. O seu bebé agradece e se sentirá igualmente Feliz.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Direito de Resposta- Revista Sábado (artigo de Opinião)

A insensatez e o total desconhecimento da realidade Hospitalar Portuguesa é evidente na reportagem! Fiquem com as palavras dos Enfermeiros :

“Enviei esta carta ao Director da Revista Sábado devido a um artigo que não dignifica de todo a enfermagem, enviem para todos os colegas e façam chegar aos meios de comunicação social, eu ja fiz a minha parte. Se possivel penso que deveria ser exposto como artigo de opinião no vosso blog.

Exmo. Director da Revista Sábado Miguel Pinheiro

Assunto: Direito de Resposta

No seguimento do artigo por vós publicado na edição n.º 290, intitulado “Os melhores hospitais de 2009” (págs. 51 a 73), serve a presente carta para expressar (atrevo-me) a revolta de uma classe de profissionais de saúde, leia-se, Enfermeiros, que vêem a sua imagem e o seu desempenho profissional denegridos.

Ao longo da edição, no que toca ao ranking dos hospitais portugueses, é notória a forma como se coloca a classe médica como personagem principal e, os restantes profissionais como meros figurantes.

O jornalista Pedro Jorge Castro e o repórter fotográfico Pedro Zenkl foram, durante 24 horas, a sombra de uma chefe do Serviço de Urgência de um hospital de Lisboa…convidados ou visita proposta? Curiosa será decerto a resposta!

Várias são as passagens nos artigos que revelam insensatez e um total desconhecimento da realidade da prestação de cuidados no dia-a-dia, nomeadamente da posição da Enfermagem, o seu papel fundamental na equipa, os seus conhecimentos científicos, técnicos e humanos, bem como a estruturação da profissão, enquanto detentora de funções independentes, nada espelhadas no vosso artigo; pelo contrário, o espelhado assemelha-se a um “enxovalho” público.

Os leitores são atirados para uma realidade desfocada, uma realidade de submissão do Enfermeiro face ao Médico, através do recurso a expressões radicalistas:

“…desanca imediatamente por telefone, as enfermeiras que estão a fazer a triagem…” (pág. 55);

“…mandou recado por uma enfermeira…” (pág. 55);

“Elizabete Jorge acode de imediato. Está sozinha na enfermaria – e está em maus lençóis…” (pág. 64);

“O doutor está farto. Entre a administração de diuréticos e de nitratos o cirurgião recomenda-lhe calma…” (pág. 64);

“Elizabete entra novamente em histeria. Énio volta a adverti-la para se tranquilizar…” (pág. 65);

“ «Tudo calmo ao pé deste senhor» ordena o cirurgião.” (pág. 68).

A cobertura jornalística deste projecto, coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública, que assenta nos resultados dos cuidados, “…mais do que averiguar se os doentes são tratados nos serviços certos ou se organização do hospital responde de forma estruturada a um problema de saúde…” (pág. 51), não projecta para a sociedade quem está por detrás destas conquistas; se tal cobertura jornalística fosse alargada às 24 horas que os Enfermeiros passam junto do doente, a realidade descrita nas vossas páginas, com toda certeza, seria totalmente diferente.

A Enfermagem é retratada como a equipa de bastidores de uma peça dirigida pela Medicina, MAS médicos não são maestros que fazem uso sua batuta para dirigirem o trabalho dos Enfermeiros, isto é, não têm autoridade sobre o seu conteúdo funcional. Como equipa, ambos detêm funções independentes e interdependentes.

Nós, Enfermeiros, somos detentores de um curso superior – Licenciatura – formados por Escolas Superiores, a quem foram reconhecidas competências na prestação de cuidados. A nossa profissão faz uso de metodologia científica e distingue-se, por ser transversal a outras disciplinas, por conseguirmos dar resposta ao holismo do doente, e não apenas à sua componente biológica; somos um elo fundamental na cadeia do sistema de saúde, (sim, é verdade!) embora o vosso artigo caracterize (ainda que erradamente) a equipa de saúde como sendo apenas composta pelo corpo médico.

Convido-vos a uma breve análise do conteúdo funcional da nossa profissão:

· Somos os primeiros na abordagem ao doente;

· Identificamos problemas de saúde e actuamos em situação de emergência;

· Organizamos, coordenamos, executamos, supervisionamos e avaliamos as intervenções de Enfermagem aos três níveis de prevenção, ao individuo, família, grupos e comunidade;

· Decidimos sobre técnicas e meios a utilizar na prestação de cuidados de Enfermagem;

· Utilizamos técnicas próprias da profissão com vista à manutenção e recuperação das funções vitais (respiração, alimentação, eliminação, circulação, comunicação, integridade cutânea e mobilidade);

· Encaminhamos e orientamos para recursos adequados;

· Promovemos a intervenção de outros técnicos de saúde;

· Participamos na coordenação e dinamização das actividades inerentes à situação de saúde/doença, bem como na elaboração e concretização de protocolos;

· Somos responsáveis por áreas como gestão, investigação, docência, formação e acessoria;

A vossa edição enaltece os médicos pelos seus heróicos actos; eu destaco a sua conduta arrogante do alto da bata branca e, os impertinentes comentários lançados pelos jornalistas:

“ «Olhe doutora, beijei hoje uma senhora com gripe A. Acha que estou infectado? Quero a vacina!». Galhofa geral no posto de comando das urgências do Santa Maria.” (pág. 54);

Se faz jus ao seu título de médica, devia validar os medos do utente, e abster-se de juízos de valor.

“ «Com vocês duas aí a triar, isto hoje vai ser para negativos. É quase tão mau como a …» [e diz o nome de uma antiga enfermeira gozada por todo o serviço pela reputação de incompetência].” (pág. 55);

Prova escrita do enxovalho público dos Enfermeiros…

“ «Quem é que está a fazer tanto barulho? Senhores enfermeiros, não querem virar aquele senhor de lado? Parece o leão da Metro a rugir» - o barulho fez-lhe lembrar o animal que surge no início dos filmes de uma produtora de Hollywood.” (pág. 56)

Riram-se? Acharam cómico? Era algum familiar vosso? Era assim que o gostariam de ver cuidado…ou como diriam os Srs. de bata branca por vós enaltecidos: tratados? Fizeram alguma pesquisa prévia da fisiologia da dor? De como pode ser agonizante? É uma sugestão…

“Uma conversa desagradável: a filha quer saber porque é que não foi feito uma TAC ao pai, sente falta de um exame, algo palpável que confirme o diagnóstico. A chefe assume uma postura defensiva: «Expliquei-lhe três vezes na sexta-feira. Não vou discutir indicação de exames consigo. Estudei para isso, tenho 30 anos de Medicina, senão a medicina era feita por computadores.»” (pág. 56)

Felicitações pela sua larga experiência, pena que não se tenham lembrado de registar no vosso artigo a provável ansiedade que a dita filha devia sentir pela situação do pai, e a forma como isso influencia a percepção da informação que o profissional quer passar.

“ «Como é que lhe fez um exame neurológico se ele não responde nem diz nada?», insiste a filha. A médica responde: «Com a sua pergunta está a mostrar que não sabe o que é um exame neurológico» ” (pág. 56)

Duas vezes felicitações pelos 30 anos de Medicina que fizeram questão de realçar, e pela segunda vez lamento que os jornalistas não tenham realçado quem afinal tem que deter os conhecimentos, e quem está sujeito ao dever de informação…

É aqui que a ‘equipa dos bastidores’ sobe ao palco, para resolver as lacunas de informação deixadas. Com todos os seus conhecimentos científicos, os Enfermeiros esclarecem e validam a informação percebida por utentes e familiares.

Numa era em que se condenam leigos pelo uso indiscriminado de informação online, na procura de resposta para as suas dúvidas em questões de saúde (aquele palavrão dito pelo médico e que ninguém percebeu, aquela medicação que ninguém sabe o que é, como actua, os efeitos indesejados esperados, reacções a que devem estar atentos e comunicar aos serviços de saúde, os cuidados a ter face a determinada doença, vulgo, patologia, etc), seriam de enaltecer, sim, os correctos cuidados de saúde.

Ao atribuírem notoriedade a simulacros como o 3º lugar: Hospitais da Universidade de Coimbra, mais uma vez revelam a vossa ignorância no que toca à profissão de Enfermagem. Internas de Medicina a fazerem-se passar por Enfermeiras “em maus lençóis”, “em histeria”, “assustada”, que “não ajuda”, que grita “Ai doutor, e agora?” cria a revolta no seio da nossa classe.

Poderia sugerir 24 horas com Enfermeiros com cobertura dos seus cuidados, do seu desempenho, das suas competências…mas não, não queremos mediatismos, apenas ser devidamente reconhecidos e dignificados como importantes que somos, pelo que fazemos.

Mais informo que a presente carta será remetida para a Ordem dos Enfermeiros, à qual será dado conhecimento do vosso infeliz trabalho, e a qual tomará as devidas posições.

Convictos que este poderá ser o despoletar da voz da Enfermagem,

Enfermeiro Marco Veríssimo
Enfermeira Joana Santos
Enfermeiro Tiago Silva
(os despoletadores desta causa)

Competências das Enfermeiras Parteiras

Artigo 42. da directiva comunitária 36/2005, que define o exercício das actividades de parteira:

a) Informar e aconselhar correctamente em matéria de planeamento familiar;

b) Diagnosticar a gravidez, vigiar a gravidez normal, efectuar os exames necessários à vigilância da evolução da gravidez normal;

c) Prescrever ou aconselhar os exames necessários ao diagnóstico mais precoce possível da gravidez de risco;

d) Estabelecer programas de preparação para a paternidade e de preparação completa para o parto, incluindo o aconselhamento em matéria de higiene e de alimentação;

e) Assistir a parturiente durante o trabalho de parto e vigiar o estado do feto in utero pelos meios clínicos e técnicos apropriados;

f) Fazer o parto normal quando se trate de apresentação de cabeça incluindo, se for necessário, a episiotomia, e, em caso de urgência, do parto em caso de apresentação pélvica;

g) Detectar na mãe ou no filho sinais reveladores de anomalias que exijam a intervenção de um médico e auxiliar este último em caso de intervenção; tomar as medidas de urgência que se imponham na ausência do médico, designadamente a extracção manual da placenta, eventualmente seguida de revisão uterina manual;

h) Examinar e assistir o recém-nascido; tomar todas as iniciativas que se imponham em caso de necessidade e praticar, se for caso disso, a reanimação imediata;

i) Cuidar da parturiente, vigiar o puerpério e dar todos os conselhos necessários para tratar do recém-nascido, garantindo-lhe as melhores condições de evolução;

j) Executar os tratamentos prescritos pelo médico;

k) Redigir os relatórios necessários

Enfermeiras Parteiras

Actualmente, os profissionais de saúde que seguem o parto chamam-se enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica (EESMO). Um nome comprido que acaba, muitas vezes, por ser abreviado para enfermeiros-obstetras ou enfermeiros-parteiros.

As parteiras e os parteiros «de antigamente», esses, estão verdadeiramente em vias de extinção. A última fornada saiu da Faculdade de Medicina de Coimbra em 1982, altura em que o Governo encerrou os cursos de parteiras, para dar lugar a uma nova geração de profissionais, com formação em enfermagem e especialização em saúde materna e obstétrica.

Apesar das diferenças de formação, «parteira» é a designação que continua a fazer sentido para nomear os profissionais de saúde ligados ao parto. Não está, de forma nenhuma, em desuso.

«Parteiras, enfermeiras-obstetras e enfermeiras especialistas em saúde materna e obstétrica significam tudo a mesma coisa, de acordo com as directivas europeias que regulamentam a formação e a actividade», esclarece Dolores Sardo, presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros e Obstetras (APEO) e docente na Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Dolores Sardo reconhece que o nome parteira possa ter alguma «conotação negativa, pois, durante muito tempo, profissionais e curiosas misturaram-se». Mas, garante, «agora já não é assim».

A partir de 1986, com a adesão de Portugal à União Europeia, a formação e a actividade das parteiras passaram a ser reguladas por directivas comunitárias. Deste modo, os profissionais podem exercer a sua actividade em qualquer país da Europa. O artigo 4º da directiva comunitária 80/155 enuncia as actividades para as quais as parteiras se encontram habilitadas.

Entre elas, está o aconselhamento em matéria de planeamento familiar, a vigilância da gravidez normal, a prescrição de exames, a elaboração de programas de preparação para o parto, a assistência ao parto normal e o exame ao recém-nascido (ver caixa). No entanto, este artigo não consta no decreto-Lei nº333/87, que transpôs para o direito interno português a directiva europeia.

Por isso, apesar de as parteiras terem essas competências, não existe na legislação portuguesa nenhum documento que explicite as suas actividades. Daí, gerar-se alguma confusão sobre o que podem e não podem fazer.

Entretanto, foi publicada uma nova directiva comunitária (36/2005) com a actualização de documentos anteriores, cuja transposição para o direito português terá de ser feita até Outubro de 2007.

Lúcia Leite, presidente da Comissão de Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, acredita que isso «facilitará o reconhecimento dos decisores políticos para as potencialidades destes profissionais na melhoria dos cuidados na assistência pré e pós-natal».

Enquanto esperam por esse reconhecimento, as parteiras têm de desbravar caminho para poder exercer a sua actividade sem restrições.

Tempo e paciência

Maria de Lurdes Francisco, enfermeira-obstetra há 26 anos, defende que «o poder das parteiras conquista-se na prática durante o dia-a-dia» e lembra o seu próprio exemplo: «Lutei muito para conseguir criar uma consulta de vigilância pré-natal no Hospital de S. João dirigida por enfermeiros. Quando comecei, em 1995, foi muito difícil. Foi preciso alterar comportamentos e acreditar que era possível reformular a consulta». Agora, trabalham oito enfermeiros na vigilância pré-natal, seguindo cerca de 800 mulheres por mês.

Na opinião de Maria de Lurdes Francisco, a mais valia das enfermeiras prende-se com a formação e conhecimento específicos, mas, sobretudo, com a «disponibilidade» e «capacidade de ouvir».

«As mulheres precisam de ser ouvidas e as enfermeiras estão preparadas para isso. Muitas vezes, nas minhas consultas nem digo nada, só oiço. Elas têm muita informação e só querem confirmar as suas competências. Isso dá-lhes segurança», conta a enfermeira.

No Hospital de S. João também são as parteiras que acompanham os partos de baixo risco. A iniciativa partiu de Diogo Ayres de Campos, director da urgência de ginecologia e obstetrícia do hospital.

«Os enfermeiros-obstetras sentem-se mais responsabilizados e os médicos mais aliviados», explica o responsável, sublinhando que é assim que acontece na maioria dos países do Norte da Europa. «Nos países do Sul, a cultura dominante ainda é a de que seja o médico a assistir ao parto».

Tal como a enfermeira Maria de Lurdes Francisco, o obstetra elege a disponibilidade das enfermeiras-parteiras como uma das suas mais valias: «As enfermeiras têm mais tempo e podem dar mais apoio técnico e psicológico às parturientes. Os médicos não conseguem ter essa disponibilidade porque têm também os partos de risco, os partos com complicações e as cesarianas».

Mais de um ano depois da mudança no hospital, Diogo Ayres de Campos está satisfeito com os resultados e garante que as mulheres que ali são seguidas também. «O balanço tem sido positivo. Segundo o inquérito de avaliação à satisfação das parturientes, temos uma avaliação positiva na ordem dos 98%.»

No entanto, o objectivo inicial de Diogo Ayres de Campos era que as parteiras pudessem também admitir as parturientes e a dar-lhes alta clínica.

«Não faz sentido serem as enfermeiras a fazer tudo e depois terem de chamar os médicos para assinar os papéis. Por isso, mandei uma proposta para o Colégio de Obstetrícia da Ordem dos Médicos e para a Comissão de Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, que manifestaram o seu acordo imediatamente. Na mesma altura mandei também a proposta para a Administração do hospital, mas até hoje não obtive qualquer resposta», lamenta.

Faltam parteiras ou não?

No final de 2006, estavam registados na Ordem dos Enfermeiros 1699 enfermeiros-obstetras. Um número escasso, na opinião de Lúcia Leite, para que os profissionais possam alargar a actividade ao seu leque de competências.

«A carência de profissionais que se fez sentir nos últimos anos, em consequência de um período em que a formação foi manifestamente insuficiente para as necessidades, levou a que a maioria das enfermeiras especialistas em saúde materna e obstétrica trabalhe hoje nas salas de partos das maternidades portuguesas».

No entanto, a responsável acredita que, com as actuais 13 escolas da especialidade existentes em Portugal, «será possível, a curto prazo, rejuvenescer o grupo profissional e assumir outras áreas de actividade onde a cobertura é escassa».

Dolores Sardo tem a mesma opinião: «Diz-se muito que em Portugal não há parteiras, mas isso não é verdade. Existem enfermeiras suficientes para assistir aos partos. O número de profissionais nos cuidados de saúde primários é que é reduzido. Em parte porque também não estão a ser criados lugares», critica.

Lúcia Leite fala ainda de «desperdício de recursos», referindo-se aos profissionais que se encontram a «exercer a sua actividade fora do âmbito da saúde materna e obstétrica».

A representante dos enfermeiros-obstetras não tem dúvidas de que «dar melhor resposta na assistência pré-natal passa pela colocação de enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica nos centros de saúde».

De facto, em algumas unidades são já os enfermeiros-obstetras que fazem a vigilância da gravidez, em conjunto com o médico de família. Apesar desta evolução, o número ainda é muito reduzido.

A própria Organização Mundial de Saúde considera a parteira como «a profissional de saúde mais indicada para acompanhar a gravidez e o parto normais, avaliar os riscos e reconhecer os sinais de complicações», conforme pode ler-se no documento «Assistência no parto normal: um guia prático» (Care in normal birth: a practical guide).

Os enfermeiros-obstetras portugueses apontam o exemplo do Reino Unido e da Holanda como países onde as competências destes profissionais são valorizadas e onde grande parte das grávidas de baixo risco é seguida por parteiras desde o início da gestação até ao puerpério.

Segundo dados do Governo britânico, referentes ao ano de 2004/2005, 64% dos partos foram assistidos por parteiras, contra 36% que foram seguidos por médicos. O mesmo documento indica ainda que 48% dos nascimentos resultaram de «partos normais», definidos como «partos sem intervenção cirúrgica, uso de instrumentos, indução, epidural ou anestesia geral».

Algo que em Portugal ainda está muito longe de acontecer, tendo em conta as elevadas taxas de cesariana (cerca de 30%) e episiotomia (que chegam a 90% em alguns hospitais).

Poderiam ser as parteiras a mudar esta situação?

«Acreditamos que é possível oferecer em Portugal ambientes de parto humanizados e seguros onde a intervenção profissional e tecnológica esteja reduzida ao mínimo. Para garantir segurança e qualidade não é necessário cuidar de todas as gestantes como se fossem de risco, nem vigiar todos os trabalhos de parto como patológicos!», defende Lúcia Leite.

Para Dolores Sardo, a génese da mudança está também nas mãos das mulheres: «Tenho dúvidas de que os profissionais, parteiras ou médicos, possam contribuir sozinhos para a humanização do parto. As mulheres têm de ter conhecimentos e exigir melhores cuidados».

Maria de Lurdes Francisco critica ainda aquilo a que chama a cultura do médico: «A enfermeira-obstetra tem mais competências para fazer a vigilância da gravidez do que o médico de família, mas em Portugal ainda se pensa que só os médicos é que sabem», analisa, apelando à mudança de mentalidades por parte das mulheres. «Querem fazer muitos exames e muitas ecografias e isso nem sempre é necessário.»

Parto em casa

Do lado oposto, as mulheres que querem um parto com o mínimo de intervenção optam cada vez mais por ter os filhos em casa.

Em Portugal, o número de partos domiciliários ainda não é significativo, mas Dolores Sardo admite que «se houver uma rede de suporte, essa possibilidade pode ser reabilitada».

No entanto, a presidente da APEO faz questão de frisar que a humanização do parto não é necessariamente sinónimo de nascer em casa. «Acho que podemos fazê-lo também nos hospitais», continua Dolores Sardo, explicando que para isso os enfermeiros precisam de ser mais autónomos. «A APEO tem-se debatido por mais autonomia junto da Ordem dos Enfermeiros, mas as coisas demoram o seu tempo».

Lúcia Leite defende que «o parto natural pode ocorrer no hospital, na clínica, numa casa de parto ou no domicílio. O importante é minimizar as intervenções humanas e tecnológicas, garantindo cuidados seguros e de qualidade».

Ainda assim, os profissionais que acompanham partos em casa preferem falar deste assunto com cautela. A., enfermeiro-obstetra, trabalha num hospital público e acompanha partos em casa. Aceitou falar da sua experiência apenas sob anonimato, justificando a decisão com «uma pressão institucional muito grande».

Desde que começou a seguir partos em casa, há cerca de seis anos, A. admite que mudou a sua atitude na forma como se relaciona com a parturiente no hospital.

«Só quando vi uma mulher dar à luz, em casa, sem nenhuma intervenção, é que percebi a verdadeira biofisiologia do parto, pois a nossa formação é muito clínica. Agora tento respeitar o ritmo da mulher, tanto quanto me é permitido. Não posso ir contra o sistema», lamenta.

Em casa ou no hospital, as parteiras portuguesas estão decididas a mostrar o seu valor à população. Este ano, a APEO vai juntar-se à International Confederation of Midwives (ICM), entidade da qual é associada, para celebrar o dia internacional da parteira, a 5 de Maio.

A ICM promove a iniciativa desde 1992, mas em Portugal vai ser o segundo ano consecutivo em que a data será celebrada. No ano passado, as actividades foram apenas dirigidas a profissionais, mas este ano, à semelhança do que acontece noutros países, as comemorações vão ser direccionadas ao público em geral.

«Estamos a pensar realizar actividades com a população para esclarecer e desmistificar a nossa função, com publicidade e sessões públicas», esclarece Dolores Sardo. Quem sabe se não será o início de uma bela amizade.


Gravidez Saudável

As mudanças hormonais provocam desidratação geral da pele, e portanto deve-se aumentar o uso do creme hidratante no corpo e na cara. Estas mudanças nem sempre têm efeitos negativos.


Muitas mulheres com problemas de pele e cabelo gorduroso, gozam pela primeira vez durante a gravidez, de uma pele limpa e um cabelo saudável. A maioria das mulheres grávidas estão mais bonitas durante os nove meses de espera, é uma etapa em que não se devem descuidar ou deprimir-se pelos lógicos quilos a mais.

A gravidez é uma das etapas da vida da mulher em que se deve ter o máximo cuidado com o corpo, pelo bebé e pela mãe, para que passe os meses de gravidez o melhor possível e para que a recuperação depois do parto, seja mais rápida.

O primeiro mandamento dos cuidados a ter com o corpo é a hidratação, manter a pele elástica e hidratada durante toda a gravidez. O ventre e os seios, sobretudo, incham muito e é conveniente ajudar ao estiramento da pele para que se mantenha saudável, evitar as estrias e colaborar no processo posterior ao parto para que a pele volte à tensão natural. Por isso, durante a gravidez, além do hidratante normal deve utilizar um creme anti-estrias específico e aplicar nos seios, no ventre, nas nádegas e na parte superior das coxas, onde é mais frequente aparecerem estrias.

Durante a gravidez deve ingerir mais água ou sumos (sem açúcar), para hidratar a pele e evitar a retenção de líquidos e as suas consequências – pernas pesadas; pés, tornozelos e pulsos inchados.
 
•Evite todos e quaiquer riscos de contágio (viagens para países nos quais existam riscos de contágio, crianças ou adultos portadores de doenças contagiosas, etc). O seu sistema imunitário encontra-se debilitado!

•Faça análises para verificar se é imune à rubéola e toxoplasmose,

•Evite fumar durante a gravidez e evite frequência de locais com fumo (agora muito menos locais, tarefa facilitada!)

•Evite a ingestão de bebidas alcoólicas.

•Reduza ingestão de bebidas com cafeína (café, coca-cola, etc).

•Cozinhe muito bem a carne e os ovos (reduz assim risco de infecção por salmonela).

•Consuma apenas leite pasteurizado (sem germes de fermentação).

•Consuma apenas queijos produzidos a partir deste tipo de leite.

•Quanto a queijos frescos, consuma apenas os que se encontram embalados (higiene muito superior) e não aqueles que são vendidos avulso e que nos parecem muito fresquinhos por que muito húmidos e etc...

•Tenha em atenção a data de validade de todos os produtos antes de os comprar (se possível) e/ou consumir.

•Lave sempre muito bem a fruta, hortaliças, saladas antes de as consumir.

•Não ingira preparados vitamínicos (sugeridos por amigos, etc) ou medicamentos que não tenham sido prescritos pelo seu médico (sabedor de que está grávida).

•Evite a inalação de vapores tóxicos (gasolina, tintas, vernizes, etc).

Alimentação

• Faça refeições equilibradas que incluam grãos integrais, cereais, frutas, vegetais, carne e leite. Evite fritos e alimentos com muito açúcar.

• Beba entre 6 a 8 copos de água por dia.

• Tente consumir refeições fraccionadas e mais vezes ao dia.

• Evite ou limite o consumo de alimentos e bebidas com cafeína a 1 a 2 por dia. Chocolate, refrigerantes do tipo cola, chás e café contêm cafeína.

• Limite o consumo de adoçantes artificiais, inclusive de refrigerantes diet/light, a 2-3 porções por dia.

Ganho de peso

O ganho de peso total depende do seu peso antes de engravidar, do seu metabolismo e de seus hábitos alimentares e de exercícios. O ganho de peso médio durante a gravidez para uma mulher de peso normal é de cerca de 11,5 a 16 kg. Deverá ganhar entre 900 g a 1,8 kg nos primeiros 3 meses e cerca de 340 a 450 g por semana depois do primeiro trimestre. Se seu peso estava abaixo ou acima do normal antes de engravidar, converse com a sua Enfermeira Parteira,  Médico ou Nutricionista para saber o quanto deverá engordar.

Cuide de si e do seu futuro!

Where does the pregnancy weight go?

MATERNAL STORES OF NUTRIENTS

and muscle development 3.2 kg

Increased body fluid 1.8 kg

Increased blood 1.4 - 1.8 kg

Breast growth 0.5 - 0.9 kg

Enlarged uterus 0.9 kg

Amniotic fluid 0.9 kg

Placenta 0.7 kg

Baby 2.7 - 3.6 kg

Total 12.0 - 13.8 kg