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sábado, 12 de novembro de 2011

INOVAÇÃO NA SAÚDE DA MULHER

No ciclo de vida da mulher desde a infância à menopausa, o seu corpo está em constante mudança e desenvolvimento. Em cada nova etapa deste ciclo, emergem várias questões sobre a sua saúde sexual, ginecológica e reprodutiva. Como tal e de forma a ir ao encontro da plena satisfação das nossas pacientes, está implementada, a consulta de Ginecologia/Obstetrícia, por duas especialistas nesta área, a Dr.ª Inês Vaz, Médica Interna Especialista em Ginecologia/Obstetrícia e a Enf.ª Carla Vilaça Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica (parteira).

Um modelo Inovador, que permitirá às nossas clientes usufruir, numa mesma consulta, da vertente médica e de enfermagem, num clima de acolhimento e total interesse em desmistificar todas as suas dúvidas.

Abordando aspectos como:
- Vigilância ginecológica: exame ginecológico e mamário, rastreio do cancro do colo do útero (citologia cervical) e da mama (mamografia)
- Infecções sexualmente transmissíveis (IST´s)
- Aconselhamento sobre Contracepção
- Patologia ginecológica da infância, adolescência, idade adulta e menopausa
- Aconselhamento pré-natal
- Vigilância da gravidez (com oferta da ecogafia em todas as consultas de rotina)
- Cuidados na menopausa

Assim como as queixas mais comuns, que levam as nossas pacientes a recorrer à consulta de ginecologia :
- Irregularidades menstruais;
- Disfunções hormonais;
- Sintomas pré-menstruais e menstruais;
- Dores pélvicas;
- Vulvo-vaginites de repetição;
- Problemas sexuais;

Poderá contar ainda com educações para a saúde como:

Ginecologia
- Higiene pessoal feminina e masculina
- Cuidados com o corpo masculino e feminino
- Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST´s)
- Cancro uterino e mama
- Exame ginecológico e factores de risco da saúde da mulher- Recomendações para quem se vai submeter a exame ginecológico
- Estratégias para prevenir e detectar doenças sexualmente transmissíveis
- Sexualidade e a função sexual (contracepção, cuidados pré -  concepcionais, pré-natais, pós-natais, menopausa)
- Ciclo menstrual






Obstetrícia
- Fisiologia da gravidez
- Alimentação/hidratação/vestuário
- Direitos protecção à grávida
- Doenças infecciosas
- Tabaco, álcool e medicamentos
- Sinais de alerta
- Peso, exercício  físico, sono e repouso
- Radiações, intoxicações e alergias
- Higiene corporal e oral
- Desconfortos da gravidez
- Sexualidade na gravidez
- Mala para grávida e bebé
- Local do parto  
- Sinais de Parto/ trabalho de parto
- Epidural
- Avaliação do Colo e Apresentação fetal
- Amamentação
- Alterações fisiológicas do RN     
- Cuidados com o RN
- Cuidados pós-parto à puérpera

Por todas estas vantagens, não hesite MARQUE JÁ A SUA CONSULTA com a Ginecologista/obstetra e a Enfermeira Parteira que em completa harmonia de equipa, irão acompanhar a sua saúde em todas as fases fulcrais do seu ciclo reprodutivo, desde a infância até à menopausa.


Contactos:
CLINICA SR. DO PADRÃO
229378358 / 229375804 (tel/Fax)
Rua do Godinho, 252
4450-146 Matosinhos
http://www.climedpadrao.com

sábado, 25 de junho de 2011

DOENÇAS MAIS COMUNS NO BEBÉ


Icterícia neonatal


Segundo a Sociedade Portuguesa de Pediatria, Icterícia no recém-nascido(RN), ou Icterícia Neonatal, define-se como a coloração amarela da pele e das mucosas por deposição de bilirrubina, o que se verifica quando esta excede 5 mg/dl no sangue. A patobiologia no RN de termo e no prematuro (PT) é a mesma: a alteração na produção de hemoglobina fetal para a de adulto condiciona um aumento na destruição dos glóbulos vermelhos fetais e consequentemente aumento da quantidade de bilirrubina que chega ao hepatócito (célula do fígado); a imaturidade limita o metabolismo e clearance da bilirrubina do plasma. É provavelmente, o processo de transição que requer maior intervenção médica. Aproximadamente 67% dos RNs de termo ficam ictéricos. No PT a hiperbilirrubinemia é mais prevalente (este valor chega a 80%), mais grave e com curso mais prolongado. Define-se hiperbilirrubinemia significativa no RN de termo o valor de bilirrubina total superior a 17 mg/dl, podendo cursar com encefalopatia bilirrubínica.

O tratamento de eleição da hiperbilirrubinemia no RN é a fototerapia. Esta pode ser profiláctica (evitando níveis tóxicos de bilirruibina) ou terapêutica.

Em alguns bebés que são alimentados ao peito, a icterícia pode surgir como resultado da quantidade insuficiente de leite. Uma vez que o bebé não está a mamar muito, os intestinos não funcionam convenientemente e a bilirrubina não é removida do organismo pelas fezes.

Recomenda-se que amamente, pelo menos, oito a dez vezes por dia, ou seja, com muita frequência, para permitir o melhor funcionamento dos intestinos do seu bebé. Também nos bebés com alimentação materna a icterícia pode prolongar-se por mais dias.

Dermatite da fralda

Dermatite da fralda, eritema da fralda, dermite da fralda são termos genéricos que abrangem um conjunto de dermatoses inflamatórias, que atingem a área do corpo coberta pela fralda. Não sendo portanto diagnósticos específicos, incluímos na dermatite das fraldas, principalmente com fins didácticos: as erupções causadas directamente pelo uso da fralda, dermatite da fralda irritativa primária ( para alguns autores esta seria sinónimo de dermatite da fralda e a dermatite de contacto alérgica às borrachas da fralda (muito rara) e as dermatites exacerbadas pelo uso destas (psoríase, eczema atópico, dermatite seborreica, miliária, dermatite Candidiásica).

O tratamento engloba cuidados de higiene adequados, troca frequente da fraldas ou retirada da mesma. Limpeza da região e aplicação de pasta de óxido de zinco ou pasta de água na muda de fralda. Nos casos mais agudos, seguindo aconselhamento médico, uso de cremes à base de hidrocortisona e nistatina ou antimicóticos imidazólicos na suspeita de contaminação por Cândida Albicans.

Dermatite seborreica

De causa desconhecida, a dermatite seborreica apresenta-se nos dois primeiros meses de vida. Tem início no couro cabeludo, como uma descamação na pele, avermelhada. A pele em descamação forma uma camada aderente amarelada, vulgarmente denominada crosta láctea. Esta descamação pode também existir na testa, face e atrás das orelhas, podendo atingir a área da fralda.

No tratamento, usam-se emolientes como o óleo de amêndoas doces e a vaselina líquida aplicado diáriamente nos cuidados de higiene, até ao seu total desaparecimento, existindo outras formas de tratamento para os casos mais graves.

Candidíase oral e perineal

A Candidíase é uma infecção por fungos do género Candida albicans. Existem dois tipos de candidíase, oral e do períneo.

A Candidíase oral manifesta-se por placas esbranquiçadas muito aderentes na boca dos recém-nascidos e lactentes (gengivas, língua e bochechas).

Os bebés são particularmente vulneráveis pois o sistema imunitário não está ainda completamente desenvolvido e como as suas defesas são mais frágeis os fungos acumulam-se mais facilmente.

Este fungo está sempre presente na boca das crianças sem provocar doença. Em situações de fragilidade, tais como febre ou medicação com antibióticos, este pode multiplicar-se e provocar doença. O fungo também pode ser encontrado no mamilo da mãe, nas tetinas, nas chuchas ou nos brinquedos, sendo por isso importante que sejam tomadas todas as medidas de higiene necessárias à não propagação do vírus, tais como a esterilização. Também é importante remover os vestígios de leite após cada refeição, podendo utilizar uma gaze esterilizada embebida em soro fisiológico fazendo gestos suaves que permitam limpar a boca do bebé e assim evitar que os fungos adiram e se desenvolvam.

Na maior parte das vezes não provoca qualquer sintoma, mas por vezes pode provocar desconforto ou falta de apetite. Deve-se por isso colocar um anti-fungico após as refeições (ex: daktarin gel). Num recém-nascido, se o fungo estiver no mamilo da mãe, esta deve fazer o tratamento com um creme anti-fungico local, 4 vezes por dia durante 7 dias sem parar a amamentação.

A Candidíase do períneo, por sua vez, manifesta-se por alteração da pele na zona genital e em redor do ânus, de cor vermelho vivo, com algumas lesões isoladas da grande lesão e, por vezes, com aspecto húmido. Não é raro, aparecerem as duas formas da infecção (oral e perineal) em simultâneo. Tal como a candidíase oral, esta trata-se igualmente de um fungo que está sempre presente na pele, intestinos e órgãos genitais, sem provocar qualquer doença. É natural que a criança se sinta desconfortável e por isso chorar com frequência. Como Tratamento deve ser colocado um medicamento contendo anti-fungico (ex: canestene) sobre as lesões, sempre após cada muda de fralda, levando, desta forma, ao seu desaparecimento em poucos dias. Como a infecção pressupõe uma predisposição e maior fragilidade momentânea da criança não há por isso grande risco de contágio, podendo a criança frequentar o infantário.

Claro que se houver partilha de chuchas e as crianças forem muito pequeninas (<6 meses) corre-se sempre o risco de contágio. É, por isso, importante haver cuidados de assépsia mínimos para que a probabilidade de contágio seja muito baixa neste tipo de agente. É muito importante a higiene local e a lavagem das mãos antes e após a manipulação do bebé.


Infecções respiratórias

As infecções respiratórias são causadas por diversos organismos e podem afectar diferentes órgãos do sistema respiratório. Algumas têm picos sazonais enquanto outras podem surgir em pandemias em qualquer altura do ano. No entanto, um recém-nascido tem um limitado número de sinais e sintomas mas que podem de algum modo chamar à atenção dos pais. Portanto, quando os pais detectarem sinais de mal-estar do recém-nascido devem recorrer ao seu médico assistente. Os sintomas de infecção respiratória a ter em consideração são a presença de corrimento nasal acompanhado de dificuldade em respirar (vêem-se as costelas sob a pele enquanto respiram) e a respiração ruidosa. A febre pode surgir isoladamente ou a acompanhar outros sintomas. O gemido, a dificuldade em mamar e as alterações da cor da pele são também sinais a ter em atenção.

O grande número de doenças que ocorre com maior frequência durante os meses frios (constipações, laringites, bronquiolites e mesmo pneumonias) é, na maioria, provocada por vírus. Muitos pais desconfiam dos médicos quando estes lhes dizem que a seu filho, que desde há 3 dias tem uma febre baixa, secreções no nariz e recusa alimentar-se, tem apenas uma virose.

«Quando não sabem o que é, dizem que é uma virose» é um comentário que se ouve com frequência nas salas de espera dos serviços de urgência pediátricos. Na verdade, é um facto que a grande maioria das infecções do aparelho respiratório é provocada por vírus (viroses) e não originam sintomas muito particulares ou graves.

Apesar do seu curso habitualmente inocente, algumas crianças podem evoluir de forma menos agradável. Isto acontece quando as secreções ficam muito tempo acumuladas e acabam por ser infectadas por uma bactéria. Neste caso as secreções tornam-se mais espessas e mudam de transparentes para amareladas ou esverdeadas e uma febre alta pode aparecer.

As infecções respiratórias mais frequentes, como a vulgar constipação, manifestam-se habitualmente por:

- febre baixa, que facilmente desaparece com o uso de antipiréticos;

- secreções no nariz líquidas e transparentes;

- tosse seca ou com uma pequena quantidade de secreções. Estas secreções são habitualmente secreções do nariz que deslizaram até à garganta e a tosse é um mecanismo fundamental para a sua remoção mantendo as vias aéreas desobstruídas;

- Por vezes a tosse é uma tosse rouca, irritativa, que surge por ataques e a que muitas vezes se chama tosse 'de cão'. A sua causa é uma infecção viral da laringe, geralmente sem consequências

Habitualmente estas crianças brincam normalmente, estão bem dispostas, comem razoavelmente e, principalmente, não parecem doentes;

Os cuidados que os pais podem ter em casa são iguais ao de todas as outras situações de infecção das vias respiratórias, e incluem:

- Remover as secreções acumuladas no nariz, com a ajuda de soro fisiológico ou um spray de água do mar e de um aspirador próprio para o nariz. Não conheço nenhuma criança que goste desta tarefa, mas os pais devem ter a persistência necessária e não desistir ao primeiro choro. Por vezes são necessárias duas pessoas para conseguir concluir com êxito esta empreitada;

- Manter a criança hidratada, através da ingestão de líquidos, ajuda a tornar as secreções mais fluidas e facilita a sua remoção;

- Desobstruir o nariz, com a ajuda de umas gotas vasoconstritoras nasais. Atenção que existem gotas para crianças e gotas para adultos. Se em casa apenas existirem gotas para adultos podem ser diluídas com soro fisiológico antes de serem aplicadas na criança. Este tipo de medicação não deve ser usado com muita frequência (máximo de três vezes por dia) nem durante períodos prolongados (máximo de três dias);

- Baixar a febre, se existir, o que é pouco frequente. Usar sempre como primeira linha de ataque o paracetamol. Nada de aspirinas ou semelhantes, pois podem ter efeitos secundários graves nas crianças;

- Habitualmente, não é necessário a criança tomar qualquer antibiótico;

Apesar da maioria da situações não exigir grandes cuidados, é necessário estar atento ao aparecimento de alguns «sinais de alarme» que podem significar que a doença é mais grave ou que se tornou, com o passar do tempo, mais grave. Ou porque a infecção «foi descendo» ao longo das vias respiratórias até atingir os brônquios e pulmões, ou porque entretanto surgiu uma infecção por uma bactéria. De uma forma geral a criança deve ser observada pelo pediatra sempre que:

- tem um aspecto doente

- não quer brincar

- não consegue dormir à noite

- tem febre alta

- a febre se mantém por mais de 5 dias

- tem vómitos persistentes

- recusa alimentar-se

- tem dificuldade em respirar ou pieira

- tem dores no ouvido

- as secreções tornaram-se espessas e esverdeadas

- a tosse se agrava de dia para dia ou se se mantém por mais de 10 dias

-os pais tiverem dúvidas sobre a gravidade da situação.

Fale com o Pediatra/Médico ou Enfermeiro de Família que segue a criança e esclareça com ele todas as suas dúvidas. Não deixe que o medo ou a insegurança tomem conta de si.


Fonte:
http://www.spp.pt/
http://www.saudelazer.com/
http://www.paisefilhos.pt/
SIGAUD, C.H.S.; VERÍSSIMO, M.L.R. Enfermagem Pediátrica: o cuidado de enfermagem à criança e ao adolescente. São Paulo: Pedagógica e Universitária, 1996.

terça-feira, 21 de junho de 2011

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS INFANTIS


Dado que cada uma destas doenças exantemáticas infantis evolui através de manifestações próprias, o médico consegue, na maioria dos casos, diagnosticar o problema através da simples descrição do processo de evolução da erupção cutânea.


Sarampo. O sarampo é uma doença muito contagiosa de origem virai, cuja incidência diminuiu drasticamente nos países desenvolvidos desde que se efectua a vacinação infantil sistemática, embora continue a ser muito comum nos países subdesenvolvidos, onde afecta, sobretudo, crianças entre 1 e os 5 anos de idade. Após um período de incubação de cerca de dez dias, a doença manifesta-se através de febre e rinoconjuntivite que provoca a congestão ocular e sinais e sintomas catarrais. Em seguida, evidencia-se uma erupção cutânea formada por pequenas manchas vermelhas que se inicia na face e por trás das orelhas, para se irradiar ao longo de dois ou três dias ao tronco e aos membros. A erupção acaba por desaparecer na mesma ordem de aparecimento, à medida que os restantes sinais e sintomas vão desaparecendo. Embora a doença costume ter uma evolução benigna, pode originar certas complicações.

Rubéola. A rubéola é uma doença muito contagiosa de origem viral com uma evolução benigna e que afecta, sobretudo, as crianças com menos de 10 anos, embora a sua incidência seja actualmente reduzida nos países onde se procede à vacinação infantil sistemática. Após um período de incubação de duas ou três semanas, a doença começa a manifestar-se através de febre ligeira, catarro e congestão ocular, a que se segue a erupção de inúmeras pequenas manchas rosadas, de início apenas na cabeça, mas que depois se estende a todo o corpo ao longo de um ou dois dias, acabando por desaparecer na mesma ordem ao fim de um ou dois dias, à medida que os restantes sinais e sintomas vão desaparecendo.

Varicela. A varicela é uma doença contagiosa provocada pelo vírus varicela-zóster (igualmente responsável pelo herpes zóster), muito frequente nas crianças dos 2 aos 9 anos de idade. Após um período de incubação de uma a três semanas, a doença começa a manifestar-se através de febre, mal-estar geral e perda de apetite, a que se segue, ao fim de um a três dias, a erupção de pequenas manchas vermelhas muito pruriginosas que revestem toda a superfície do corpo e adquirem, ao fim de algumas horas, um certo volume, convertendo-se em vesículas repletas de um líquido amarelado. Alguns dias depois, as vesículas rebentam e o líquido nelas presente seca, formando crostas que acabam por cair. Tanto a erupção cutânea como os restantes sinais e sintomas desaparecem ao fim de sete a dez dias, normalmente sem originar complicações.

Escarlatina. Esta doença infecciosa é provocada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, uma bactéria muito contagiosa, igualmente responsável por outras doenças, como a erisipela, que afecta, sobretudo, as crianças entre os 6 e os 10 anos de idade. Após um período de incubação de três a cinco dias, a escarlatina manifesta-se através do aparecimento de febre alta (cerca de 40°C), de uma faringite que provoca dor de garganta, tumefacção dos gânglios do pescoço e, sobretudo nos bebés pequenos, dor abdominal, náuseas e até vómitos. Ao fim de um ou dois dias, proporciona a erupção de inúmeros pequenos pontos ligeiramente salientes, de início rosados, mas que depois adoptam uma cor vermelha viva, que de início se localizam no pescoço e no tronco, disseminando-se em aproximadamente 24 a 48 horas para os membros e o rosto, embora não se manifestem no queixo e na região à volta da boca. Para além disso, a língua costuma adoptar uma cor vermelha, evidenciando na sua superfície as papilas gustativas inflamadas, o que lhe dá um aspecto conhecido como "língua de framboesa". Ao fim de uma semana, a erupção começa a desaparecer progressivamente, na ordem inversa ao seu aparecimento, até desaparecer totalmente, embora possa provocar uma descamação da pele, particularmente intensa nas palmas das mãos e plantas dos pés. Caso não se proceda ao seu devido tratamento, a doença pode ter uma evolução grave, originando complicações imediatas e outras tardias.

Eritema infeccioso. Igualmente designada quinta doença, pois foi descrita após as quatro já mencionadas, esta patologia é provocada por um vírus que se transmite de forma directa por via aérea e que afecta, sobretudo, as crianças de idades compreendidas entre os 5 e os 14 anos.

Após um período de incubação de duas semanas, o problema evidencia-se através de manifestações gerais não muito graves, como por exemplo febre moderada, problemas gastrointestinais, dores nas articulações e um exantema típico, uma erupção cutânea que se evidencia nas bochechas através da formação de manchas cor de rosa ou vermelhas que se vão irradiando até revestirem praticamente todo o rosto, à excepção do queixo e da ponta do nariz. A erupção difunde-se, ao fim de pouco tempo, ao pescoço, tronco e membros (à excepção das palmas das mãos e das plantas dos pés), persistindo uma ou duas semanas até acabar por desaparecer de forma espontânea, à semelhança dos restantes sinais e sintomas, sem originar complicações.

Exantema súbito. Igualmente conhecida como sexta doença ou roséola infantil, esta patologia, provocada por um vírus do grupo herpes, afecta essencialmente os bebés entre os 6 meses e os 2 anos de idade. Após um período de incubação de uma ou duas semanas, manifesta-se através do aparecimento de febre elevada (39°C a 40°C), dor de garganta, aumento do volume dos gânglios cervicais e, por vezes, igualmente através de vómitos e diarreia. Ao fim de quatro ou cinco dias, e coincidindo com a descida da temperatura, evidencia-se a erupção de pequenas manchas cor de rosa no tronco e no pescoço que se podem estender aos membros e, raramente, ao rosto. À semelhança das restantes manifestações, a erupção desaparece ao fim de um ou dois dias.  


domingo, 19 de junho de 2011

PUBLICIDADE NO YOUTUBE




Este blog, que está ao serviço da comunidade online, desde 2008, encontra-se agora no youtube.

Graças à vosso interesse e lealdade para estar a par dos artigos aqui publicados, já conto 4250 visitas, tendo, apenas neste mês, tido um total de 1000 dos mais variados países, como Portugal,  Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, Chile, França, entre outros.

Espero que seja do vosso agrado, os temas aqui abordados e continue a merecer a credibilidade e fidelidade que depositaram em mim, ao visitar o meu blog.

Podem seguir este vídeo na hiperligação: Video Publicitário

Até breve,
Carla Vilaça

sábado, 18 de junho de 2011

AO LONGO DE 40 SEMANAS...

Ao longo da gestação, o bebé, que inicialmente é denominado de embrião e a partir das 9 semanas feto, sofre enumeras tranformações até à data do seu nascimento. Como tal, ao longo das 40 semanas atinge as metas que passo a descrever.

A nidificação (formação do"ninho" no útero, pelo óvulo fecundado) proporciona o desencadeamento de transformações espectaculares, já que ao fim de poucos dias a existência de vários mecanismos codificados na constituição genética que desconhecemos faz com que uma simples aglomeração de células se diferencie em várias estruturas que irão, por um lado, constituir o embrião e, por outro lado, as membranas que o irão proteger e a placenta, o órgão responsável pela sua oxigenação e nutrição.

Até às 4 semanas. A primeira transformação ocorre no trofoblasto (dará origem à placenta), que se diferencia em duas camadas, uma externa, denominada sinciciotrofoblasto, e outra interna, o citotrofoblasto. A camada externa é constituída por uma massa de células, cujo crescimento e penetração no endométrio provoca a erosão dos vasos sanguíneos presentes no endométrio, levando à formação de lagos de sangue na espessura do mesmo, que pouco depois irão desempenhar um papel essencial na circulação placentária. Entretanto, o polo embrionário desenvolve um espaço, denominado cavidade amniótica, cuja repleção de líquido irá separar o embrioblasto do trofoblasto. Esta cavidade vai aumentando gradualmente de tamanho, ficando revestida por uma camada que formará o âmnio, ou saco amniótico, um elemento normalmente conhecido como "bolsa das águas''. O blastocelo, ou seja, a cavidade repleta de líquido delimitada pelo citotrofo-blasto que já existia anteriormente, é ao mesmo tempo revestida por uma camada de células que constitui o denominado saco vitelino.

Estas transformações proporcionam a conversão do embrioblasto num disco, no qual é possível distinguir duas camadas celulares, ou folhetos blastodérmicos, que irão proporcionar a formação de várias estruturas orgânicas: uma situada mais perto da parede uterina, a ectoderme, que originará a pele e o tecido nervoso, e outra situada mais profundamente, a endoderme, que originará órgãos como os do aparelho digestivo, respiratório e urinário. Pouco depois, evidencia-se um folheto blastodérmico situado entre as anteriores, a mesoderme, do qual derivarão o aparelho locomotor e o circulatório. É igualmente possível encontrar uma camada celular denominada mesoderme extra-embrionária que irá formar uma terceira cavidade, o celoma, que separa as estruturas embrionárias das que constituem a placenta. Como esta cavidade é temporária, vai sendo progressivamente substituída pela cavidade amniótica. Ao longo desta fase, o conjunto constituído pelo embrioblasto pelas suas camadas distintas, o saco vitelino e o saco arnniótico, fica unido ao trofoblasto apenas por um cordão de células, o pedúnculo do embrião, onde se irá formar o cordão umbilical. À medida que a placenta se vai desenvolvendo, a cavidade amniótica vai aumentando de tamanho, enquanto que o celoma vai diminuindo até desaparecer, o que faz com que o embrião fique a flutuar no líquido amniótico, unido à parede uterina apenas pelo pedúnculo, onde o saco vitelino é substituído pelo cordão umbilical que o liga à placenta.

No fim do primeiro mês, embora o embrião apenas meça 5 mm e o seu peso nem sequer alcance 1 g, já apresenta uma forma comprida, com uma proeminência numa das suas extremidades que corresponde à cabeça, ainda muito flectida sobre o tronco, e com polpas que irão proporcionar os membros. Dado que é nesta fase que tanto o sistema nervoso como o aparelho circulatório se começam a formar, o coração começa, igualmente, a bater, mesmo que de forma descompassada.

Até às 8-9 semanas. Ao longo do segundo mês, começam a surgir os esboços de todos os restantes órgãos e o crescimento do embrião intensifica-se. De facto, durante a quinta semana, o seu crescimento duplica, fazendo com que o embrião adopte uma forma semelhante a um girino ou um cavalo marinho, com uma cabeça muito grande em relação ao corpo e um tronco que vai diminuindo de dimensão até terminar num pequeno colo, que acaba por desaparecer. Ao longo deste mês, já é possível distinguir os orifícios da boca e do nariz na cabeça, assim como os botões dos ouvidos e dos olhos. Nos lados do tronco vão crescendo os membros e desenvolvendo-se as mãos e os pés, com todos os seus dedos, começando igualmente a formar-se os órgãos do aparelho digestivo, fígado, pâncreas, rins, os vários músculos... De facto, no final da oitava semana, o embrião já tem um aspecto mais humano e conta com todos os aparelhos e sistemas orgânicos, alguns já em funcionamento. Quando apresentarem um comprimento de apenas 3 a 4 cm e peso de 2 a 3 g, pode-se considerar que o embrião está completamente formado, passando a ser designado feto.

O período fetal inicia-se com todos os órgãos do corpo formados na sua quase totalidade, pois apenas falta o seu amadurecimento e o início do seu funcionamento. Embora as alterações se processem de maneira ininterrupta, em cada mês ocorrem transformações características.

Até às 13 semanas. É ao longo do terceiro mês que o feto adquire um aspecto definitivamente humano. A cabeça, proporcionalmente muito maior do que o resto do corpo, vai progressivamente endireitando-se e o rosto acabando de se constituir: os olhos, anteriormente situados nos lados, passam a estar à frente, embora muito separados, revestidos por uma pele que se transformará nas pálpebras; os lábios vão ganhando a sua forma, enquanto que as orelhas, ainda não totalmente moldadas, ocupam uma posição mais baixa. Como os membros ficam mais compridos, sobretudo os superiores, começa a ser possível distinguir os dedos das mãos e dos pés. O fígado encontra-se muito desenvolvido, o tubo digestivo começa a funcionar e os rins trabalham em perfeitas condições, pois o feto ingere líquido amniótico, que é absorvido nos intestinos, acabando por verter urina no meio que o rodeia. Embora os órgãos genitais já se encontrem diferenciados, não se consegue distinguir o sexo através da ecografia. Apesar de a mãe ainda o não conseguir detectar, o feto começa a movimentar-se. No final do terceiro mês, o feto mede cerca de 10 cm e pesa perto de 30 g.

Até às 18 semanas. O crescimento do feto ao longo deste mês é muito significativo. Embora a cabeça continue a ser grande, não é tão desproporcionada em relação ao resto do corpo, sendo possível observar progressivas alterações no rosto, ou seja, as orelhas adquirem a sua localização definitiva, os olhos, embora já sejam grandes, tal como a boca, continuam a estar muito separados, enquanto que o queixo é muito pequeno. Dado que os genitais já estão diferenciados, pode-se saber o sexo do feto através da realização de uma ecografia. O coração já bate com tanta força que se pode detectar a sua actividade através de um aparelho electrónico especial. Os membros encontram-se igualmente desenvolvidos e as mãos tão formadas que as impressões digitais já se encontram definidas. O fortalecimento dos músculos faz com que os movimentos do feto comecem a ser activos, sendo perceptíveis para a mãe. Na pele vai surgindo um fino pêlo de cor escura, denominado lanugem, que se vai progressivamente estendendo a todo o corpo. No final do quarto mês, o feto mede cerca de 16 cm e pesa perto de 150 g.
Até às 20 semanas. O quinto mês é a etapa de amadurecimento do funcionamento dos órgãos. O coração bate com tanta força que pode ser facilmente auscultado com um estetoscópio obstétrico. Os olhos ainda permanecem proeminentes e as pálpebras continuam fechadas. Os movimentos do feto são tão nítidos que são perceptíveis períodos de sono intercalados com outros de plena actividade, em que agita as pernas e os braços, sobretudo quando a mãe está deitada, existindo momentos em que chupa o polegar com satisfação. A lanugem começa, em algumas zonas do corpo, a ser substituída por cabelo verdadeiro, enquanto que as sobrancelhas e o cabelo vão crescendo. Nesta fase, o feto mede cerca de 25 cm e pesa entre 250 a 300 g.

Até às 25 semanas. O feto continua a movimentar-se bastante, mesmo que o faça de forma desordenada, ocorrendo também períodos de sono e de vigília. Para além disso, começa a reagir perante os ruídos externos, chupa frequentemente o polegar e, por vezes, tem soluços. A cabeça deixa de ser tão desproporcionada em relação ao corpo, o pescoço torna-se mais evidente e a cara fica mais fina. O nariz fica maior e as orelhas aumentam de tamanho. A superfície cutânea vai-se revestindo de uma substância untuosa de cor esbranquiçada, denominada vérnix caseosa, que a protege do contínuo contacto com o líquido amniótico. Embora todos os órgãos já estejam completamente formados, alguns ainda não amadureceram o suficiente para que o feto tenha uma vida independente, sobretudo os pulmões, que muito provavelmente seriam destruídos se o parto ocorresse nesta altura e o bebé fosse exposto ao ar livre. No fim do sexto mês, pode-se constatar como o crescimento ao longo desta etapa foi considerável, já que o feto mede 32 cm e pesa cerca de 600 g.

Até às 30 semanas. Embora o crescimento, ao longo deste mês, seja mais lento, o sistema nervoso amadurece significativamente, na medida em que o feto movimenta as mãos com suavidade e precisão, abre e fecha os olhos, reage a estímulos externos, como uma luz intensa ou sons, com um aumento da sua frequência cardíaca... Embora os movimentos sejam activos, o feto movimenta-se menos porque já ocupa praticamente todo o espaço disponível no interior do útero que o acolhe. Nesta fase, o feto costuma girar e colocar-se com a cabeça para baixo, apontando para a pélvis materna, como se estivesse a preparar-se para nascer. De facto, a partir do sétimo mês, o organismo do feto já está praticamente preparado para enfrentar o mundo exterior, embora os pulmões ainda não estejam maduros, a pele ainda esteja tão fina que não lhe proporciona uma boa camada isoladora e o sistema termorregulador não funcione perfeitamente. No entanto, caso nascesse prematuramente, o feto teria elevadas probabilidades de sobreviver, sobretudo com a devida ajuda técnica. No fim do sétimo mês, o feto mede cerca de 40 cm e pesa entre 1,2 a 1,4 kg.

Até às 34 semanas. É ao longo deste mês que o amadurecimento dos pulmões chega ao fim, já que o septo interno dos alvéolos reveste-se de uma substância denominada surfactante, que impediria a sua destruição, caso o feto nascesse e respirasse. Para além disso, a camada de gordura subcutânea aumenta, isolando-o do exterior, e a pele fica mais lisa e suave. Ao longo deste mês, o feto prepara-se para nascer, colocando a cabeça para baixo e as nádegas para cima. Mede cerca de 47 cm e pesa entre 2 e 2,5 kg.

Até às 40 semanas. O organismo do feto já está preparado para o nascimento. Ao longo das últimas semanas, o desenvolvimento dos ossos é acelerado, a pele torna-se mais espessa e a lanugem tem tendência para desaparecer. A cabeça está muito mais proporcional, pois mede 1/4 do comprimento total do corpo, as orelhas estão separadas do crânio, o nariz bem formado e os olhos adoptam uma cor azul acinzentada. Os genitais externos adquirem as características definitivas consoante o sexo, já que nos rapazes os testículos descem do abdómen e situam-se no interior do escroto, enquanto que nas raparigas a vulva ganha forma, encontrando-se praticamente revestida pelos grandes lábios. Os reflexos estão muito apurados, sobretudo os de sucção, algo que será indispensável para mamar correctamente. No fim do último mês, o feto mede, em média, cerca de 50 cm e pesa entre 3 a 3,5 kg. Por fim, a sua cabeça encaixa-se na pélvis materna, de modo a preparar-se para o nascimento.

Fonte: http://www.medipedia.pt
Fotografias: http://www.nationalgeographic.pt

terça-feira, 14 de junho de 2011

CURSO DE PREPARAÇÃO PARA O PARTO E PARENTALIDADE




A preparação para o Parto e Parentalidade, de modo metodizado, prepara os casais para o parto e para a maternidade/paternidade. Estudos científicos demonstram a importância desta preparação. Verifica-se que o apoio e a formação específica durante a gravidez, assim como o aumento da informação, contribuem para o aumento do bem-estar da mulher no final da gravidez, evidenciando-se uma menor ocorrência de problemas psicológicos e de depressão no período pós-parto. Este curso oferece ao casal momentos de partilha de experiências, possibilidade de maior envolvimento do pai ou acompanhante da grávida na preparação do nascimento e da paternidade, aprendizagem de estratégias que permitem a grávida reduzir a ansiedade e o medo relativamente ao parto e que aumentam a autoconfiança do casal na preparação para a parentalidade.


Benefícios do Curso de Preparação para o Parto:
- Oportunidade de partilhar experiências com outras pessoas;
- Maior envolvimento do pai no nascimento do filho;
- Redução da ansiedade e do medo em relação ao parto e aos procedimentos médicos e de enfermagem;
- Capacidade de superar as exigências do trabalho, dando maior sensação de controlo;
- Capacidade de utilizar estratégias que reduzem a percepção da dor;
- Reforço das competências maternas para cuidar do bebé;
- Incremento do bem – estar psicológico e emocional.

Objectivos do Curso:
- Promover a aquisição de conhecimentos fundamentais sobre as alterações anátomo-fisiológicas que ocorrem na gravidez, parto, bem como do bebé e sua dinâmica;
- Proporcionar às grávidas o desenvolvimento de conhecimentos na área materno-infantil;
- Preparar a grávida para um parto consciente.
- Promover exercícios da musculatura específica.
- Dotar as grávidas e acompanhantes de técnicas que lhes permitam reduzir o stress durante o trabalho de parto e pós-parto.
- Acompanhar a população materna na gravidez e pós-gravidez, de forma a prevenir problemas subjacentes à mesma, como seja a depressão pós-parto.
- Incentivar o diálogo e reflexão de várias temáticas relacionadas com a gravidez e o pós-parto, com a partilha de sentimentos, ansiedades, problemas, receios, dúvidas ou fantasias relacionadas com o estar grávida e/ou ser mãe.
- Esclarecer o mecanismo do aleitamento materno, as vantagens e desvantagens para a mãe e para o bebé;

Fomentar a importância ao papel do pai no decorrer da gravidez e do momento do parto;
- Compreender as alterações que um bebé introduz na vida do casal;
- Fornecer, se necessário, apoio à mãe e bebé no domicílio pós parto.

Público-alvo:
O curso de preparação para o parto é dirigido a todas as grávidas a partir da 28ª semana de gestação (gravidez). É constituído por 18 sessões teóricas e práticas distribuídas por 10 semanas que antecedem a data provável do parto.

Em todas as sessões a grávida poderá trazer um acompanhante para a sessão (idealmente o pai da criança ou alguém em que a grávida confie e queira partilhar este momento). O curso é composto por uma aula teórica e uma prática com duração de 90 minutos por semana, cada (este esquema não é estanque, depende do local a realizar assim como da Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica que o ministrar).

Temáticas Abordadas:

Teórica
- Anatomia e fisiologia da gravidez;
- Concepção e desenvolvimento embrionário;
- Alterações ocorridas durante a gravidez;
- Sinais de trabalho de parto;
- Sinais de alerta;
- Entrada para a maternidade;
- Mala para a maternidade;
- Tipos de Analgesia;
- Alterações psicológicas na gravidez e pós-parto;
- Cuidados de higiene e conforto ao bebé;
- Amamentação;
- Desenvolvimento psicomotor infantil - grandes etapas;
- Prevenção de acidentes na primeira infância;

Prática
- Exercícios de mobilidade e educação postural;
- Padrões respiratórios para o trabalho de parto;
- Exercícios para reeducar a musculatura do períneo;
- Exercícios para reeducação da musculatura abdominal, dorso-lombar e pélvica.
- Técnicas de relaxamento;
- Exercícios para aliviar a tensão no final da gravidez
- Guia de gestão de ocupações para gestantes.

São os seguintes exercícios de base mais importantes para a mulher grávida:

1) Exercícios para o metabolismo: tem por finalidade de estimular a irrigação sanguínea e do metabolismo, efectuados com movimentos isotónicos e de grande amplitude (das mãos, antebraços, pés e das pernas), chamados exercícios de elasticidade.

2) Exercícios de flexibilidade: para relaxar os músculos das costas, abdómen e zona pélvica, praticados por pequenos movimentos de extensão, flexão e rotação do tronco, em várias posições.

3) Exercícios para o abdómen e zona pélvica: para favorecer sua capacidade de contracção e relaxamento (a alternância isométrica da tensão e do relaxamento) para que possa auxiliar durante os períodos de dilatação e expulsão.

4) Natação e hidroginástica: os exercícios dentro de água proporcionarão alongamento da musculatura das pernas, pelve e tronco.

5) Exercícios respiratórios: assim como os exercícios de alongamento e fortalecimento são importantes, os exercícios respiratórios têm fundamental importância para a gestante, pois acalma durante o período de dilatação. O trabalho vigoroso dos músculos abdominais durante o período expulsivo requerem não somente condições psíquicas, mas igualmente físicas.

O Curso de Preparação para o Parto é dirigido a todas as grávidas a partir da 28ª semana de gestação que apresentem uma gravidez de baixo/médio risco ou Goodwin modificado entre 0 e 6.

As grávidas que apresentem uma gestação de alto risco ou Goodwin modificado superior a 7 ou ainda que tenham médio risco, mas com patologia/complicação associada, como hemorragias depois das 20 semanas, Rotura Prematura de Membranas, Atraso de Crescimento Intra-Uterino, Gravidez Múltipla e apresentação pélvica, serão imediatamente excluídas das aulas práticas do Curso de Preparação para o Parto, podendo continuar a frequentar as aulas teóricas se não necessitar de repouso absoluto ou internamento.

Quando a mulher fica grávida percebe que ainda falta saber tanta coisa! E aí começa a perceber que em torno da maternidade são inúmeros os Cursos de Preparação para o Parto e Parentalidade que estão disponíveis na sua localidade, quer seja nos Centros de Saúde (gratuito) ou em Centros de Preparação para o Parto (privado).

segunda-feira, 13 de junho de 2011

CONTAGEM DE MOVIMENTOS FETAIS



Uma maneira de avaliar a saúde do bebé antes do nascimento é contar quantas vezes ele se move num certo período de cada dia. Este número é a contagem de movimentos fetais. Os bebés não se movimentam constantemente. Eles podem dormir e depois acordar e movimentar-se.

Como registar movimentos fetais


• Escolha a hora do dia em que seu bebé é mais activo.


• Apoie-se no seu lado esquerdo ou direito. Fique numa posição confortável.


• Talvez você queira comer ou beber algo antes de fazer a contagem de
movimentos fetais. O alimento pode fazer com que o bebé fique mais activo.


• O bebé pode ficar mais activo se você der uma pequena volta antes da contagem.


• Não fume. Fumar é prejudicial para si e para o bebé. Fumar pode tornar o bebé menos activo até 90 minutos.


• Conte todos os movimentos do bebé: pontapés, cambalhota, movimentos grandes e pequenos. Às vezes, pode sentir uma saliência ou depressão no seu abdómen quando o bebé muda de posição. Algumas mulheres descrevem os movimentos como gases, alongamentos ou empurrões. Cada mudança de posição sentida é contada como um movimento.


• Se você não conseguir sentir o bebé a movimentar-se internamente, coloque as mãos delicadamente na sua barriga e verifique se há algum movimento.


• com um relógio registe a hora em que você começou a contar.


• Todas as vezes que o bebé se mexer faça uma marca no Boletim da Grávida.Quando você tiver contado 10 movimentos em uma hora, pare a contagem.


• Se o bebé se movimentou menos que 6 vezes em uma hora, conte os
movimentos por mais uma hora


• Se o total de movimentos nessa hora ainda for inferior a 6 movimentos, ou se notar uma grande mudança no movimento ligue para seu médico ou enfermeira imediatamente. Diga-lhe quando é que sentiu o bebé a mexer pela última vez e se o movimento foi lento ou repentino. O médico ou a enfermeira poderá usar outros meios para examinar o bebé, como a auscultação ou o monitorização do padrão de frequência cardíaca ao longo do tempo. Se tiver alguma dúvida ou preocupação, converse com seu médico ou enfermeira.


Fonte: www.healthinfotranslations.com.


domingo, 12 de junho de 2011

CUIDADOS PRÉ-CONCEPCIONAIS



O planeamento do nascimento de um filho e a preparação para o seu acolhimento é uma etapa fundamental e um período de transição de particular instabilidade para o casal, correspondendo a mudanças profundas na organização da sua vida. Por este facto, médico e enfermeiro devem prestar cuidados de saúde antecipatórios, que esclareçam o casal e o ajude a preparar-se para as funções parentais que o nascimento do primeiro filho lhe vai exigir, contribuindo, assim, para que a introdução de um terceiro elemento não perturbe uma relação satisfatória e permita a consolidação da vida familiar (DGS, 2006).


Promover a saúde no período pré-concepcional é uma forma de contribuir para o sucesso da gravidez, uma vez que muitos dos factores que condicionam negativamente o futuro de uma gestação podem ser detectados, modificados ou eliminados, antes que a mulher engravide e, portanto, recorra à vigilância pré-natal. A avaliação pré-concepcional do risco é, assim, um aspecto cada vez mais importante dos cuidados pré-natais, apesar de – ou exactamente por isso - estarmos na era da terapêutica fetal e das técnicas diagnósticas invasivas (DGS, 2006).

A mulher (ou até mesmo, o casal) deve ser alertada para a impotância da consulta pré-concepcional e do diagnóstico precoce da gravidez, bem cocmo do início precoce do acompanhamento pré-natal (DGS 2006).

Para tal ao aconselhar-se com o seu profissional de saúde de referência (Médico de Família, Enfermeira de Família, Obstetra ou Parteira), poderá observar que este irá (DGS, 2006):

DETERMINAR

• de forma sistemática o risco concepcional, em particular o risco genético, através da história reprodutiva, médica e familiar

• os possíveis efeitos da gravidez sobre as condições médicas existentes, quer do ponto de vista da saúde materna, quer fetal e introduzir as modificações convenientes, orientando de acordo com os riscos identificados, para os cuidados diferenciados, sempre que necessário.

EFECTUAR

• a determinação do grupo sanguíneo e factor Rh

• o rastreio das hemoglobinopatias,

• a determinação da imunidade à rubéola e a vacinação, sempre que necessário

• a determinação do estado de portador de hepatite B e a vacinação

• a vacinação anti-tetânica se necessário

• o rastreio da toxoplasmose, da sífilis, da infecção por VIH e por Citomegalovírus (CMV)

• o rastreio do cancro do colo do útero, se o anterior foi efectuado há mais de um ano

• outros testes laboratoriais, sempre que indicado.

DISCUTIR

• o espaçamento recomendado entre os nascimentos, incluindo as questões relativas ao uso dos contraceptivos e à sua interrupção

• as possíveis consequências para o feto da ocorrência na gravidez de uma infecção de transmissão sexual e a importância da adopção, pelo homem e pela mulher, de comportamentos seguros

• o estado nutricional, hábitos alimentares e estilos de vida

• os aspectos psicológicos, familiares, sociais e financeiros relacionados com a preparação da gravidez

• as vantagens da vigilância pré-natal precoce e continuada.

RECOMENDAR

• o registo do calendário das menstruações

• a suplementação com ácido fólico, a iniciar pelo menos dois meses antes da data de interrupção do método contraceptivo

• a realização, pelo futuro pai, do rastreio da sífilis, da infecção por VIH e do estado de portador de hepatite B.

PROGRAMAR

• o acompanhamento das situações de risco, em estreita colaboração com o Hospital de Apoio Perinatal.
Geralmente esta consulta é realizada nos Centros de Saúde pelo Médico de Família, se se enquadra nesta fase da vida, peça já o aconselhamento junto da sua Enfermeira e Médico de Família.

Referência:
Direcção-­‐Geral da Saúde. Prestação de cuidados pré-­‐concepcionais. Circular Normativa Nº02/DSMIA. Lisboa:DGS; 2006.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PAI NA SALA DE PARTOS


Já lá vai o tempo em que o pai tinha que esperar ansiosamente pela notícia do nascimento, de saber o que estaria acontecer para além das portas que o separavam da sua mulher. Actualmente a presença do pai é fundamental, pois podem transmitir a segurança afectiva à mulher que funcionará como elemento tranquilizador e protector.


Numa sala de partos, repleta de inúmeros aparelhos e monitores, o movimento de médicos e enfermeiros é frenética. No meio desta azáfama existem duas pessoas, a mãe e o pai, concentradas num único objectivo, o nascimento do seu filho. Devido a estes constrangimentos, ao intenso movimento e algumas vezes por questões culturais, o pai é frequentemente ignorado e posto à margem do processo do nascimento.

À medida que a gravidez evolui, o pai e mãe fazem um investimento emocional e progressivo na relação com o bebé que vai nascer. É neste contexto que o futuro pai encontra novas possibilidades de participar e investir a sua energia de forma positiva e adequada. Por outro lado, o homem vai desenhando mentalmente os novos contornos familiares e interioriza a sua importância como pai e como marido/companheiro.

Na sala de partos o pai fantasia internamente à cerca da sua paternidade e se deve assumir um papel mais activo e mais responsável no momento do nascimento do seu filho. O pai que assiste ao parto pode e deve ser considerado como fonte de confiança e de coragem para a mulher grávida.

Ao mesmo tempo, o pai sente que faz parte integrante do nascimento e este sentimento é importante para si na construção do seu papel como pai. No entanto, a participação do pai no nascimento deve, ser uma decisão reflectida e ponderada pelo casal, para não correr o risco de se cingir a uma presença vazia, confusa ou mesmo constrangedora.

A presença do pai implica acreditar que o nascimento de um filho depende, tanto da mãe como de si próprio. Deve perceber que cada olhar e cada sentimento desse dia e dos dias seguintes, irá definir sentidos ao longo de toda a vida nas suas significações parentais.

A sua participação é tanto mais importante quanto mais compreendida e esclarecida for a sua tarefa no papel que irá desempenhar durante o nascimento do seu filho.

O lugar do pai deve ser ao lado da mulher, mantendo com ela um contacto visual, ajudando-a a respirar, a relaxar e a fazer força, com palavras de motivação e de encorajamento.

É o pai, com sentimentos e preocupações que contrastam com a alegria do nascimento de um Filho, que cada vez mais necessita de ser envolvido no processo de maternidade. A sua participação em todo o processo pode tornar-se um factor relevante para a tríade familiar, já que o seu envolvimento é um factor facilitador pela segurança que transmite desde o início da gestação até ao nascimento do bebé.

Esse momento irá ficar gravado para sempre na memória dos pais, pois o mundo pára para acarinhar o acontecimento que acabara de suceder – o nascimento do seu filho – numa sala cheia de máquinas e profissionais, só existe os pais e o bebé.

FONTE:http://www.guiadafamilia.com

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O MEU LIVRO



A gravidez é marcada inevitavelmente por uma panóplia de dúvidas, incertezas e medos, que assolam os corações das novas mamãs. Para eliminar tal desconforto e ansiedade escrevi um livro para que fosse ao encontro das necessidades mais emergentes da mulher grávida e após o nascimento do seu bebé.

Este livro surgiu não tanto da minha experiência profissional, mas pela forma como cresci profissionalmente e como mulher desde que sou mãe. Pude na primeira pessoa, vivenciar os medos, ansiedades e alegrias que envolvem a maternidade. Agora, com uma visão mais de encontro às necessidades das mães, procuro com este livro ajudar a eliminar o medo e ansiedade natural da responsabilidade que se avizinha, para que tenham mais tempo para saborear a real maravilha da parentalidade.

Este livro é um pequeno curso intensivo de preparação para o parto, que apesar de não o substituir (falta a componente prática) reforça a parte teórica do mesmo.

Se está grávida ou conhece alguma amiga que esteja então consulte o excerto do livro em http://www.sitiodolivro.pt/pt/livro/vou-ser-mae/9789892022772/ e poderá visualizar uma pequena amostra do conteúdo, assim como o poderá comprar nesse mesmo site.

Boas leituras!

Vou ser mãe

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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

EMOÇÕES DA GRÁVIDA



Logo no início da gestação, a futura mãe já tem uma certeza: conviver com a variada panóplia de emoções que caracterizam a gravidez. Num dia acorda bem, feliz, e acha o máximo aquela "barriguinha". No outro, não quer nem olhar para o espelho e enfrenta um insuportável mau humor. Pois é... existem muitas mudanças físicas, associadas ao sistema hormonal, bem como a insegurança e a ansiedade, sentimentos que sempre acompanham as situações novas.

Estar grávida é lidar com algo completamente novo, desconhecido, a mulher fica naturalmente mais sensível, apreensiva e até chorosa. Uma gestação dura 4 trimestres. ( Isso mesmo, 1 ano inteirinho! ) São 9 meses com o bebé dentro da barriga e 3 com ele no colo.

Primeiro trimestre

Período de descobertas e de muita instabilidade. O corpo ainda não se modificou muito, mas dúvidas não faltam à gestante: se é a hora certa para ter um bebé, se será boa mãe, se o bebé será perfeito, se o marido continuará a amá-la, mesmo barriguda, etc.

Como resultado de tanta ansiedade, uma queda da libido e um estado de irritação constante. Daí podem surgir também os enjôos, desmaios e crises de choro, que funcionam como símbolos inconscientes, mas muito concretos dessa gestação.

Segundo trimestre

Aí vem um período de paz. Agora seu corpo já assumiu os contornos da gravidez, o seu bebé já aparece na tela do ultra-som e o futuro pai já se sente mais encorajado a se aproximar da barriga. Provavelmente, você terá muitos momentos de alegria com esse bebé a mexer e a sua disposição estará em alta.

Terceiro trimestre

Novamente as preocupações com o bebé voltam à tona, acompanhadas da ansiedade e temores em relação ao parto.

Quarto Trimestre

Agora o seu filho já está no colo e esse é o melhor lugar para ele nos primeiros 3 meses, mesmo porque ele não sabe que nasceu (portanto não vai ficar mal-acostumado). Mas ele sente saudades da barriga e só o contacto com a mãe/pai pode ajudá-lo a sentir-se confortável. Aproveite ao máximo essa gestação que continua, só que externamente, não se retraia de dar colinho ao seu bebé, é extremamente importante para assegurar a sua segurança e confiança pois mais tar tonar-se um adulto tranquilo e auto-confiante.

Dicas para todos os meses

Nos momentos mais difíceis, respire fundo, beba um copo de água e lembre-se que é uma fase transitória. Não guarde as dúvidas e medos só para si, divida com seu médico, a sua Enfermeira, amigas e seu companheiro. Procure frequentar o curso de preparação para o parto e uma atividade física como hidroginástica, yoga ou relaxamento.

Reserve alguns minutos diários para cuidar de si mesmo e do seu corpo grávido.



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

GRAVIDEZ E A ANSIEDADE




A gravidez é, de um modo geral, um período que corresponde à elevação dos níveis de bem-estar da mulher. Mesmo nos casos em que a gravidez não é planeada, e depois do “choque” inicial, o mais provável é que a mulher se sinta mais calma do que o habitual. É também por isso que, quando existem níveis elevados de ansiedade, não é fácil assumir o problema, falar abertamente sobre isso. Existem algumas situações que aumentam os níveis de ansiedade da grávida:


• Gravidez não planeada associada a uma relação recente. Apesar de vivermos numa sociedade cada vez mais informada, continuam a surgir muitas gravidezes não planeadas em relações que ainda não estão “maduras”. Mesmo que os progenitores sejam adultos com a carreira estabilizada, o carácter recente dos laços afectivos pode gerar algumas dúvidas acerca da viabilidade da relação. Além disso, de um modo geral, é preciso tempo para que os membros do casal se conheçam aprofundadamente, pelo que o aparecimento de uma gravidez nestas circunstâncias pode implicar o confronto com demasiadas mudanças em simultâneo, gerando o aumento dos conflitos e a elevação dos níveis de stress.

• Gravidez após um longo período de infertilidade. Mais do que em qualquer outro caso, os casais que passam por dificuldades em concretizar uma gravidez de termo possuem expectativas muito elevadas em relação ao nascimento de um primeiro filho, pelo que um resultado positivo no teste de gravidez nem sempre dá lugar à festa e à serenidade esperadas. Estes casais são normalmente pessoas sedentas de informação, que lêem tudo o que está disponível sobre o assunto e que facilmente se exasperam perante situações comuns que encaram como ameaçadoras. Nalguns destes casos o período de infertilidade deixou marcas profundas na comunicação do casal, pelo que a gravidez acaba por surgir numa fase em que a grávida não se sente capaz de reivindicar o apoio do marido.

• Conflitos com a família de origem. A gravidez corresponde ao período mais belo da maioria das mulheres mas esta felicidade pode ser ensombrada pelos traumas do passado, concretamente pelos conflitos com a família de origem. Quanto mais tensa for a relação da mulher com a sua própria mãe, por exemplo, maior será a probabilidade de , nesta fase, existir a vontade de fazer tudo na perfeição e, em muitos casos, esta vontade aparece acompanhada da determinação em fazer as coisas exactamente de forma oposta ao que a progenitora fez no passado. A verdade é que estes conflitos não resolvidos acabam por condicionar o bem-estar da mulher, comprometendo a saúde do bebé e a viabilidade da gravidez.

• Dificuldades sérias na relação conjugal. O nascimento de um filho deveria estar associado à vontade de dar continuidade ao amor que uniu os progenitores. Infelizmente, nem todas as gravidezes surgem numa altura em que os membros do casal estão em harmonia. Pior do que isso: nalguns casos a gravidez surge precisamente na sequência de uma tentativa para salvar a relação. Como a gravidez também corresponde a alterações no corpo e no estado emocional da mulher, a intimidade pode ficar ainda mais comprometida nesta fase, agravando o stress conjugal.

• Idade avançada da mulher. Nos dias de hoje os casais adiam o nascimento do primeiro filho em função da estabilidade profissional, pelo que são cada vez mais frequentes as gravidezes depois dos 40 anos. Como nesta fase da vida a probabilidade de surgirem malformações genéticas é mais elevada, nem sempre é fácil gerir o stress que está associado a esta possibilidade. Mais do que nunca, é preciso que a comunicação do casal seja eficaz e que, a dois, seja possível tomar decisões a respeito da realização da amniocentese e dos riscos associados a esta e a outras decisões.

• Dependência de substâncias. Algumas grávidas sentem-se incapazes de interromper o consumo de tabaco, álcool ou a toma de determinados medicamentos, ainda que reconheçam que esta dependência possa afectar a saúde do bebé. Esta ambivalência acarreta sofrimento, desgaste nas relações afectivas (já que é muito difícil para quem está de fora aceitar esta escolha) e a expectável elevação dos níveis de ansiedade da grávida.

De que forma pode afectar a saúde da grávida?

A nossa saúde emocional condiciona a saúde física, pelo que o mesmo é verdade durante a gravidez. A elevação dos níveis de stress está associada a perturbações do sono, perturbações do comportamento alimentar e estas afectam toda a saúde física da mulher grávida, comprometendo a viabilidade da gravidez.

Quais as repercussões em termos da viabilidade da gravidez e da saúde do feto?

O estado emocional da grávida condiciona a saúde do bebé e a viabilidade da gravidez. Ainda que existam muitas situações desconhecidas que possam estar na origem de um aborto espontâneo, hoje sabe-se que a elevação dos níveis de ansiedade é um dos factores subjacentes a esta problemática. Além disso, quando o feto é exposto a níveis intensos de cortisol (hormona do stress) aumenta a probabilidade de empobrecimento do desenvolvimento cognitivo. Quando isto acontece, a criança pode sentir mais dificuldade em manter a atenção ou em resolver problemas.

Quais as estratégias para gerir o stress e a ansiedade no dia-a-dia durante a gravidez?

• Relativizar/ socializar. Mais do que nunca, importa que a grávida seja capaz de relativizar as dificuldades em vez de ruminar sobre os problemas e, assim, impedir que o stress tome conta do seu dia-a-dia. Claro que os pensamentos automáticos negativos podem ser difíceis de travar e por isso é que é fundamental que a grávida partilhe as suas dificuldades com as pessoas em quem confia. Até os pensamentos mais disparatados devem ser partilhados já que daí resulta a possibilidade de se desfazer equívocos e racionalizar sobre os problemas. De resto, o isolamento social anda de mãos dadas com os transtornos depressivos e ansiosos, pelo que é fundamental que a grávida se sinta amparada e que se esforce por socializar.

• Definir objectivos claros. A idealização excessiva é meio caminho para a elevação dos níveis de ansiedade, pelo que importa que a grávida seja capaz de abdicar de algumas metas utópicas e saboreie a gravidez. A identificação das metas desejadas deve ser partilhada com o pai, negociada, no sentido de não haver o risco de um período tão belo ficar associado a uma lista interminável de preocupações. Não tem de ser tudo perfeito.

• Pedir ajuda. Tal como acontece em relação à saúde física, as alterações no estado emocional da mulher devem ser alvo da devida atenção. Se não tentamos resolver sozinhos todos os problemas que nos condicionam fisicamente, por que o faremos no que toca à saúde emocional? Quanto mais cedo a grávida pedir ajuda, maior a probabilidade de se sentir estável e segura por altura do parto.

Qual o papel do companheiro neste processo?

Para o bem e para o mal, a qualidade da relação conjugal condiciona o estado emocional da grávida. Se a relação for estável, segura, uma fonte de suporte e de afectos, então é mais provável que a grávida se sinta capaz de falar abertamente sobre o que a perturba e até procure ajuda mais cedo. Pelo contrário, se a fonte de ansiedade estiver relacionada ou for agravada pelas dificuldades na relação conjugal, então o desamparo é maior e o desespero pode ser gerido isoladamente.

Quais os sinais de alerta para estados mais graves de ansiedade na grávida?

Estamos habituados a constatar na maior parte das mulheres grávidas uma serenidade contagiante, pelo que os sinais de agitação e tristeza são indícios claros de que algo não está bem. Por outro lado, se a grávida não se envolve com o desenvolvimento do feto, não vai às consultas de acompanhamento da gravidez e/ou não mostra entusiasmo na preparação da chegada do bebé, é possível que estejamos perante a existência de uma perturbação de humor que tem mesmo de ser alvo da atenção especializada.

Que tipo de ajudas deve solicitar nestes casos?

O aparecimento de um transtorno depressivo ou ansioso requer quase sempre o acompanhamento multidisciplinar, que envolve consultas de Psicologia (muitas vezes com uma componente familiar), Medicina Geral e Familiar e Obstetrícia. O primeiro passo deve ser a partilha honesta destas dificuldades com o Médico ou Enfermeiro de família.

Fonte: http://apsicologa.blogs.sapo.pt/107046.html