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quinta-feira, 10 de junho de 2010

REGRAS E LIMITES PARA EDUCAR O SEU FILHO

Uma criança precisa saber o que pode e o que não pode fazer. Para dormir ou para brincar, as regras e os limites organizam a vida, o agir e o pensar, por isso são tão defendidas para o bom desenvolvimento infantil.

O desenho é mais uma oportunidade para ensinar o que pode e o que não pode. Segundo a psicopedagoga Cristina Quilici, vice-presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, é importante que a criança saiba onde pode desenhar para aprender a se submeter a regras e treinar o uso delas.

Segundo ela, não é errado uma criança pintar a parede desde que isso seja decidido e encarado como uma regra pela familia. O limite varia de acordo com a dinâmica de cada casa, mas, é fundamental que exista.

“Quando a criança busca outro lugar pra riscar, parede, tapete, sofá, é preciso que ela seja ensinada, que seja colocado o limite, como o espaço do papel. Pintar parede não está errado desde que isso seja uma regra familiar. Vamos supor que ela tenha uma parede que pode pintar, a regra é só naquela parede. Nas outras paredes, não pode”, explicou.

Na avaliação da psicopedagoga, não se trata de desrespeitar a criatividade da criança. O estabelecimento desses limites vai ajudá-la no seu desenvolvimento, na alfabetização e em todo o processo de ensino e aprendizagem ao longo da vida escolar.

Cabe aos pais estabelecer regra, deixar claro onde ela pode desenhar oferecendo um papel, uma revista, uma cartolina, um papelão, uma sucata, e até uma parede, mas, não, todas as paredes, qualquer parede. Para atender à liberdade criativa da criança, eles devem propor espaços e materiais variados, apresentar possibilidades de cores e tintas diferentes para que ela possa se expressar. Isso é bem diferente de uma criança com um lápis na mão e riscar tudo o que encontra pela frente.

“Em tese, a criança que não se submete a regras anteriores a essas aprendizagens (na escola), o lugar pra fazer a lição, o lugar que ele pode riscar, hora e lugar pra comer, se pode ou não mexer na televisão, que horas toma banho, se obedece ou não, enfim, as várias regras do convívio social, é que apresenta dificuldade. A gente vai ver muitas vezes que essa criança não se sujeita às regras da aprendizagem. O a,e, i, o, u são vogais, não são consoantes, isso é regra. Depois, oxítona, outra regra. Mais com mais, menos com menos, várias regras. Isso precisa ser trabalhado com a criança”, explicou.

Segundo ela, muitos dos pais que em consulta relatam casos de hiperatividade e déficit de atenção, na verdade, estão a enfrentar dificuldades pela falta de limites. “Precisa ficar claro que não se trata de negar esses transtornos. Eles existem, mas não se pode banalizar, é um diagnóstico multidisciplinar. No convívio com essa criança dentro do consultório, você percebe, por conta das atividades, o que é normal e o que é patológico”, afirmou.

Cristina Quilici reclama de uma falta de paciência para a educação por parte dos pais, mas, também das escolas. “A criança que não para quieta em casa, a mãe lê ou ouvir falar, acha que é hiperativo ou tem déficit de atenção. Quando a gente vai ver, grande parte dos casos, mesmo indicados pela escola, trata-se de uma questão mesmo de falta de limites”, afirmou.

Na opinião dela, alguns profissionais da educação não conseguem lidar com uma criança que é diferente de 20 anos atrás. “O professor tem de se virar em dez em sala de aula para estimular essa criança porque ela tem outros estímulos muito grandes. Então, se a aula não é interessante, ele tende a se distrair mesmo. Aí fala ele tem transtorno... Não, espera aí, vamos ver o que está acontecendo, como ele está sendo estimulado”, alertou.

A psicopedagoga lamenta o aumento no número de encaminhamento de crianças para o consultório sem necessidade. Segundo ela, dos casos que recebe, cerca de 70% precisam de atendimento. Os outros 30% demonstram, já na avaliação, que não precisariam de auxílio da psicopedagogia no processo de ensino e aprendizagem.

“Eu penso que hoje há uma terceirização das responsabilidades. Os pais terceirizam para a escola, e a escola terceiriza para o profissional. Isso é uma afirmação delicada por conta de que nós dependemos dessa indicação. Mas, notamos crianças que são encaminhadas porque fogem ao padrão do que é estipulado pelos pais ou professor e não porque têm algum distúrbio”, afirmou.
Segundo Cristina Quilici, alguns pais insistem no atendimento e, nesses casos, ela desenvolve um trabalho preventivo para promover a autonomia da criança, que precisa ter segurança e confiança naquilo que faz para conseguir aprender. “Se a criança fica nesse lugar do não saber, do não conseguir, do ser lento, do ser diferente, ela acaba tendo uma questão com a autoestima, e essa questão vai interferir na aprendizagem”, explicou.

Para que os pais se sintam mais apoiados no processo de aprendizagem dos seus filhos qui fica um conselho que foi dado a conhecer pelo blog: http://redemulheremae.blogspot.com/ e que me parece uma ideia brilhante para a estimulação cognitiva da criança, para ver clique na seguinte hiperligação: http://redemulheremae.blogspot.com/2010/06/pode-rabiscar-parede.html


FONTE: http://www.educarecuidar.com
              http://redemulheremae.blogspot.com

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