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terça-feira, 21 de junho de 2011

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS INFANTIS


Dado que cada uma destas doenças exantemáticas infantis evolui através de manifestações próprias, o médico consegue, na maioria dos casos, diagnosticar o problema através da simples descrição do processo de evolução da erupção cutânea.


Sarampo. O sarampo é uma doença muito contagiosa de origem virai, cuja incidência diminuiu drasticamente nos países desenvolvidos desde que se efectua a vacinação infantil sistemática, embora continue a ser muito comum nos países subdesenvolvidos, onde afecta, sobretudo, crianças entre 1 e os 5 anos de idade. Após um período de incubação de cerca de dez dias, a doença manifesta-se através de febre e rinoconjuntivite que provoca a congestão ocular e sinais e sintomas catarrais. Em seguida, evidencia-se uma erupção cutânea formada por pequenas manchas vermelhas que se inicia na face e por trás das orelhas, para se irradiar ao longo de dois ou três dias ao tronco e aos membros. A erupção acaba por desaparecer na mesma ordem de aparecimento, à medida que os restantes sinais e sintomas vão desaparecendo. Embora a doença costume ter uma evolução benigna, pode originar certas complicações.

Rubéola. A rubéola é uma doença muito contagiosa de origem viral com uma evolução benigna e que afecta, sobretudo, as crianças com menos de 10 anos, embora a sua incidência seja actualmente reduzida nos países onde se procede à vacinação infantil sistemática. Após um período de incubação de duas ou três semanas, a doença começa a manifestar-se através de febre ligeira, catarro e congestão ocular, a que se segue a erupção de inúmeras pequenas manchas rosadas, de início apenas na cabeça, mas que depois se estende a todo o corpo ao longo de um ou dois dias, acabando por desaparecer na mesma ordem ao fim de um ou dois dias, à medida que os restantes sinais e sintomas vão desaparecendo.

Varicela. A varicela é uma doença contagiosa provocada pelo vírus varicela-zóster (igualmente responsável pelo herpes zóster), muito frequente nas crianças dos 2 aos 9 anos de idade. Após um período de incubação de uma a três semanas, a doença começa a manifestar-se através de febre, mal-estar geral e perda de apetite, a que se segue, ao fim de um a três dias, a erupção de pequenas manchas vermelhas muito pruriginosas que revestem toda a superfície do corpo e adquirem, ao fim de algumas horas, um certo volume, convertendo-se em vesículas repletas de um líquido amarelado. Alguns dias depois, as vesículas rebentam e o líquido nelas presente seca, formando crostas que acabam por cair. Tanto a erupção cutânea como os restantes sinais e sintomas desaparecem ao fim de sete a dez dias, normalmente sem originar complicações.

Escarlatina. Esta doença infecciosa é provocada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, uma bactéria muito contagiosa, igualmente responsável por outras doenças, como a erisipela, que afecta, sobretudo, as crianças entre os 6 e os 10 anos de idade. Após um período de incubação de três a cinco dias, a escarlatina manifesta-se através do aparecimento de febre alta (cerca de 40°C), de uma faringite que provoca dor de garganta, tumefacção dos gânglios do pescoço e, sobretudo nos bebés pequenos, dor abdominal, náuseas e até vómitos. Ao fim de um ou dois dias, proporciona a erupção de inúmeros pequenos pontos ligeiramente salientes, de início rosados, mas que depois adoptam uma cor vermelha viva, que de início se localizam no pescoço e no tronco, disseminando-se em aproximadamente 24 a 48 horas para os membros e o rosto, embora não se manifestem no queixo e na região à volta da boca. Para além disso, a língua costuma adoptar uma cor vermelha, evidenciando na sua superfície as papilas gustativas inflamadas, o que lhe dá um aspecto conhecido como "língua de framboesa". Ao fim de uma semana, a erupção começa a desaparecer progressivamente, na ordem inversa ao seu aparecimento, até desaparecer totalmente, embora possa provocar uma descamação da pele, particularmente intensa nas palmas das mãos e plantas dos pés. Caso não se proceda ao seu devido tratamento, a doença pode ter uma evolução grave, originando complicações imediatas e outras tardias.

Eritema infeccioso. Igualmente designada quinta doença, pois foi descrita após as quatro já mencionadas, esta patologia é provocada por um vírus que se transmite de forma directa por via aérea e que afecta, sobretudo, as crianças de idades compreendidas entre os 5 e os 14 anos.

Após um período de incubação de duas semanas, o problema evidencia-se através de manifestações gerais não muito graves, como por exemplo febre moderada, problemas gastrointestinais, dores nas articulações e um exantema típico, uma erupção cutânea que se evidencia nas bochechas através da formação de manchas cor de rosa ou vermelhas que se vão irradiando até revestirem praticamente todo o rosto, à excepção do queixo e da ponta do nariz. A erupção difunde-se, ao fim de pouco tempo, ao pescoço, tronco e membros (à excepção das palmas das mãos e das plantas dos pés), persistindo uma ou duas semanas até acabar por desaparecer de forma espontânea, à semelhança dos restantes sinais e sintomas, sem originar complicações.

Exantema súbito. Igualmente conhecida como sexta doença ou roséola infantil, esta patologia, provocada por um vírus do grupo herpes, afecta essencialmente os bebés entre os 6 meses e os 2 anos de idade. Após um período de incubação de uma ou duas semanas, manifesta-se através do aparecimento de febre elevada (39°C a 40°C), dor de garganta, aumento do volume dos gânglios cervicais e, por vezes, igualmente através de vómitos e diarreia. Ao fim de quatro ou cinco dias, e coincidindo com a descida da temperatura, evidencia-se a erupção de pequenas manchas cor de rosa no tronco e no pescoço que se podem estender aos membros e, raramente, ao rosto. À semelhança das restantes manifestações, a erupção desaparece ao fim de um ou dois dias.  


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